25 novembro, 2006

Há muito, muito tempo...

... ou Notas Sobre a Geo-política do Lugar

Há muito, muito tempo, antes de ser proclamada a República e de o Presidente Isaltino ter unificado os povos, o Lugar de Ueiras era extenso e levemente acidentado, completamente coberto de florestas cerradas e negras, entrecortadas apenas por três rios que serpenteavam por entre as colinas: a ribeira do Espermatozóide, que nascia nas montanhas de Sintra muito para o Noroeste e desaguava junto ao castelo de Santo Amaro onde governava El-Rei D. João Pila; a ribeira do Queixinhas, que nascia fora do mapa e desaguava junto ao Castelo de Caxias onde sua majestade, D. Eduardo Locomotiva, era rei e senhor; o rio Jamorreu, na fronteira Leste, o qual nascia na Lua e desaguava perto das masmorras do pérfido Jouço Malumoroth, senhor das Trevas (isso é o que ele queria...).

Quer dizer, esta não era bem a fronteira Leste do Lugar de Ueiras, que só acabava em Analgésico-lá-do-fundo, mas nessa pequena porção de terra viviam os Piratas de Softe-Uere que nem eram humanos nem nada (eram chipes, uma raça meio p’ró metálica parecida com cães da pradaria que, apesar de não ser inteligente, dominava o terrível segredo do Sound Blaster com o qual fazia da vida dos marinheiros Oeirenses um inferno). À cabeça destes patifes estava o Pedro Chouriço, que mais parecia uma estrela do mar com caracóis (para não falar nos dentes amarelos e nas botas de sapador).

A Oeste o Lugar prolongava-se bastante para lá da ribeira do Espermatozóide (que era também conhecido por Rio-de-Água-Suja); chegava (ou, mais precisamente, chegava exactamente) até à ribeira das Marianas (que também não merece a nossa consideração porque secava todos os Invernos). Para lá do Ocidente ficavam os desertos inóspitos de Cascais, habitados apenas por povos nómadas como as Marianas (povo de mulheres guerreiras chefiadas pela rainha Mariana, uma loiraça autoritária que tinha tiques de general) e os Índios de Madorna, que eram tipos estúpidos e sem chefe e, além disso, já estão fora do mapa. Mais ou menos a meia distância entre a foz do Espermatozóide e a foz da Marianas ficava o principado da Quinta dos Ingleses, dominado pelo Castelo de S. Julião, onde governava a princesa Juliana.

Todos estes castelos se situavam ribeira direita do grande rio Tejo (alegre Tejo...), no meio do qual ficava, em frente a Santo Amaro, o castelo do Bugio, onde reinava sobre as Ilhas a Huynesa do Bugio, Dona Filipa (huynesa é um título mais ou menos entre duquesa e princesa).

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