25 novembro, 2006

Das Guerras Públicas IV

Nas terras de Dom Eduardo tinha-se desenrolado uma sangrenta batalha. Poucos eram já os combates travados ocasionalmente, uma vez que estavam todos exaustos e enlameados. Por todo o lado se viam lanças partidas, capas rasgadas, torradeiras avariadas e jipes empanados. De entre tanto lixo erguia-se a torre do casino, a única construção ainda de pé em todo o convento dos Salusianos. A esta torre subiu um padre velho e careca. Ergueu os braços e falou. Enquanto falava, a terra parou:

- Ai ai ai, seus patifórios! Deviam ter vergonha. Esfregam-se e brincam na lama que nem cães! Parecem pirralhos, um peido amarelo bem forte e feio para vocês!

Uma voz interrompeu-o vinda dos campos destruídos em volta: - Ó Taveira, vais à feira ?

Os olhos do padre chisparam.

- Sempre que oiço esta frase fico PIÚRSO! DANADO! Completamente DESSINCRONIZADO!
- Bem feito e que ela te dessincronize a careca!
- E se você não se cala arranjo-lhe um lugar no cemitério e dessincronizo-lhe a ossada, meu grandessíssimo e alternadíssimo camelo.

- Olé camelos! Camelos novinhos, alguém quer comprar? Vou à feira de Sto. Amaro vender camelos, olé! Trolaró, alegre pó, pás catrapás! O velho Jota Pê Benetton é um tipo munt’alegre!

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